segunda-feira, 21 de março de 2011

Manhã de outono.

Ela acordou naquela manhã de outono, estava atrasada, sua cabeça doía, vestiu-se rapidamente,tomou um café amargo,fumou o ultimo cigarro que restava dentro da carteira,respirou fundo e pensou: mais um dia,mais um savana pra enfrentar, ai até quando aguentarei essa não-vida que existe em mim? esse todo dia a mesma coisa,as mesmas falas,os mesmos sorrisos? as mesmas expressões e suspiros de pena quando eu passo em direção a minha sala?
Por um instante ,aquela mulher exitou em sair de casa, mas ao olhar-se no espelho com os olhos cheios de lágrimas,lembrou de quando tinha vida, de quando sorria naturalmente, as lágrimas já caiam de seus olhos quando tomou uma decisão de sair de casa mesmo que seu coração estivesse dilacerado, mesmo que o dia fosse igual a todos os outros dias desde que ela se viu abandonada pelo homem que lhe jurava amor eterno. Antes de sair,procurou no armário sua roupa mais feminina, se sapato mais alto,sua jóias mais bonitas, arrumou os cabelos, maquiou-se e encontrou naquela nova mulher que via diante do espelho a força que precisava pra enfrentar a vida de frente novamente...então ela ligou o foda-se pra todos aqueles que sentiam pena de sua vida e foi rumo a rotina de sempre no trabalho. Sentia-se linda, todos a viram assim naquela manhã de outono,mas o que ninguém sabia era da força que aquela mulher estava fazendo pra se manter de pé, seguindo em frente...Só ela sabia que por trás da roupa bonita, da maquiagem e cabelos impecáveis,sorrisos ensaiados, estava uma mulher ferida mortalmente, com a alma dilacerada.
Naquela manhã de outono começava a surgir uma nova mulher,que mesmo carregando as dores do passado enfrentava a vida de cabeça erguida e sabia que a cada dia ficava mais forte,mais mulher,mais dona de si.


* começando a treinar outras formas de escrita....esse é o começo, ainda tenho muito o que melhorar ...

2 comentários:

EMILSON LOPEZ disse...

Exercitando a escrita feminina! Gostei! principalmente do contraste de dilaceramento e aparencia de bem-estar, "só quem sabe da minha dor sou eu." =)
Tah ótimo Quel!
=*

ítalo puccini disse...

escrita é exercício. muito legal esse movimento.