terça-feira, 23 de março de 2010

quando nos perdemos nas definições de si.

"...sou mulher com cara de menina, e vice-versa. Me perco, me procuro e me acho. E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar."


Difícil é fazer definição certa do que somos, de quem somos...Sempre que paramos pra nos perguntar acerca do que somos,é como se houvesse uma necessidade de dar uma definição especifica, única ao que somos ou estamos,mas não se define um ser humano com uma palavra ou uma frase...a complexidade do humano,o sempre inacabado que é o nosso ser não permite tal ousadia. Talvez definições completas e únicas sejam apenas para aqueles que são medíocres, que não exploram a intensidade do humano em suas vidas.Não defendo aqui a ideia de que não haja uma definição para o que é,quem é uma pessoa, há sim definição.Porem esse definição não é o que pode-se dizer: verdade absoluta.Levando em consideração o constante devir do homem,só me resta dizer que para definir em palavras o que somos ou estamos é necessário não uma frase,ou texto, são necessários fragmentos de vários pensamentos, sentimentos,pequenas definições de si.Estas pequenas definições de si apenas amenizam essa necessidade de dizer, de mostrar o que se é ou estar...é destas pequenas definições que podemos ter alguma noção do que é o nosso ser.Mesmo com essas pequenas definições de si ainda existe aquele silencio,aquele algo "indizível" que existe em nós,muita coisa no silêncio de nós, em nós. É nesse silencio,nesse indizível que é apenas sentido que reside o belo mistério do que somos,aquele sentimento que nao tem nome,não tem valor ...aquilo que é apenas sentido, vivido que forma nossa alma...
Resta em nós,o resto de muita coisa.Somos retalhos de muitos "eus"...

* Fragmento : Clarice Lispector.
* Colaboração: Lucas Antonho.

2 comentários:

Fabiano Silva disse...

Nossa...
Muito profundo. Legal. Adorei.

EMILSON LOPEZ disse...

Concordo e acho que o problema é essa vontade de querer enquadrar tudo em definições, certezas, é o medo do novo e do difrente que nos assombra...me lembrou muito Heraclito e nietzsche -devir- Muito bom Quel!